PRAGA

sobre viver,
sobrevivi!
das agruras nocivas
ao corpo, que autopsiado
recebe o diagnóstico de vida,
exorta lástimas inanimadas
que sucinta maleficamente
a inolvidável sustentação da malícia
com que tomou-me no abraço.
tornei-me teu conjuntivo,
defenestrei-te parte por parte,
e vi do alto, outrem sarar tuas feridas quase verdadeiras.
e praguejei teu futuro com palavras difíceis
para que me ouvisse, mas não entendesse.
sorriu.
tenho certeza que não entendeu.


Frederico Brison.

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