AFOGADO


te prendi dentro das minhas olheiras,
lacrimejei e te afoguei.
não arrependi,
o motivo das lágrimas era você.
meus olhos deitaram em ti,
e morreram pra realidade.
nascem de novo, todos os dias.
é involuntário, eles se abrem como se fecham,
cansados, hora do mundo, hora do sonho.
de uma ilusão paralela que fere minhas pálpebras.
atravesso mil desejos
que escorrem pelo rosto quando pisco,
insisto nisso, nasci pra morrer a cada sono,
e renascer a cada súbita vontade que despenca em mim.
vontade de te sonhar, de olhos abertos dessa vez.


Frederico Brison.

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